Moradores de comunidades da localidade Cajueiro entregaram ao governador Flávio Dino e à Assembleia Legislativa um documento no qual pedem a retomada das obras do Porto São Luís, na área Itaqui-Bacanga. O documento representa cerca de 500 famílias que moram e trabalham na região.
Assinam o documento entidades representativas de moradores da área, como a Associação Quilombola do Andirobal, União de Moradores Proteção de Jesus do Cajueiro e o Instituto Manancial do Cajueiro. Também assina a carta o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e Construção Pesada de São Luís (Sindconstrucivil).
Os moradores e trabalhadores afirmam no documento que a paralisação das obras do Porto São Luís, ocorrida em janeiro deste ano, provocou a demissão de 300 trabalhadores das comunidades do entorno, impactando na vida de cerca de 800 pessoas que dependiam diretamente da renda desses trabalhadores. Causou também a interrupção de ações sociais e de melhorias nas comunidades do Cajueiro, que vinham sendo executadas pelo empreendimento.
Afirmam ainda que as negociações para a retirada de moradores e as compensações sociais realizadas pelo Porto São Luís a partir de outubro de 2019, com a intermediação do Governo do Estado, estavam ocorrendo de forma extremamente favorável para as comunidades. “Com a paralisação das obras, houve retrocesso, não somente na empregabilidade, mas também nas ações de saúde, educação profissional, segurança e acessibilidade”, afirmam os moradores das comunidades do Cajueiro no documento.
10 mil empregos
Os moradores do Cajueiro destacam que a expectativa da comunidade é de que a construção do Porto São Luís gere 10 mil empregos diretos e indiretos no pico da obra, o que vai garantir trabalho e renda para a população, “aliviando a situação econômica das famílias, principalmente em uma situação pós-pandemia do coronavírus”.
Eles concluem o pedido ao Governo do Estado e à Assembleia Legislativa lembrando que: “O empreendimento do Porto São Luís será, sem dúvidas, um remédio pós-pandemia para a crise econômica, uma vez que irá gerar emprego e renda para as famílias maranhenses que tanto estão necessitadas neste momento”.
As obras do Porto São Luís estão paralisadas devido ao impasse na retirada de dois moradores que ocupam uma área do empreendimento em Parnauaçu e exigem R$ 10 milhões cada um para sair. Todos os outros vizinhos aceitaram negociar, saíram e já receberam suas indenizações. A questão está na Justiça.
Reunião online
No mês passado, os moradores das comunidades do Cajueiro que querem a retomada das obras do Porto, solicitaram ajuda aos parlamentares estaduais. O deputado Neto Evangelista (DEM) realizou no dia 3 de junho uma reunião online da Frente Parlamentar para Desenvolvimento dos Portos e em Defesa das Comunidades, quando foi tratado sobre a retomada das obras.
Participaram representantes da comunidade do Cajueiro, do Porto São Luís, do Governo do Estado, do Ministério Público, da Defensoria Pública e da OAB/MA.
Enquanto os moradores e trabalhadores se mobilizam junto ao governador e aos deputados estaduais para viabilizar o empreendimento, as obras do Porto São Luís seguem paralisadas, causando prejuízos a centenas de moradores que estavam sendo beneficiados pelo empreendimento por meio das compensações sociais e também aos investidores.
Gilberto léda
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